Como era de se esperar a aprovação do PLC 122, projeto que criminaliza a homofobia no Brasil, na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado causou a ira dos senadores e pastores Magno Malta (PR-ES) e Marcelo Crivella (PRB-RJ).
Malta e Crivella foram ontem à tribuna do Senado atacar, mais uma vez, o PLC 122/06. Dessa vez, ambos disseram que o processo como foi aprovado é "traiçoeiro". "Por quê? Porque isso criminaliza a pregação da Bíblia. Quer dizer, o art. 2 diz que se você disser que o homossexualismo (sic) é pecado você pode ser preso de 1 a 3 anos", afirmou o senador Marcelo Crivella.
Para Crivella criminalizar a homofobia será uma afronta aos sacerdotes. "Isso fere todo sacerdote, todo padre, todo pastor. Isso fere todo pai, todo cidadão, que queira ensinar ao filho que o homossexualismo é pecado. Não pode. Não pode mais porque passa a ser crime", indignou-se o pastor/senador.
No decorrer de sua fala, Crivella revelou que nada tem contra os homossexuais. "Para mim, isso (homossexualidade) é pecado, eu acredito na Bíblia. Desde os sete anos leio a Bíblia, amo a Bíblia, amo os ensinamentos de Cristo e tenho o direito de ensiná-los aos meus filhos", finalizou o senador evangélico pelo Estado do Rio de Janeiro.
Em seguida, foi a vez do, também indignado, senador religioso Magno Malta (PR-ES), que com a intenção de deturpar o real significado da lei, simplificou e disse que as pessoas que demitirem homossexuais serão presas.
"Essa lei diz que se você não alugar um imóvel a uma pessoa homossexual, você vai preso. Se você demiti-lo, você vai preso. Se você não admiti-lo, você vai preso. Ora, vamos criar uma ditadura, Sr. Presidente? Há uma casta especial na sociedade?", questionou.
Para Magno, se a lei for aprovada "as pessoas que professam a fé da família não serão respeitadas". "Agora, o que vamos fazer?", pergunta o senador, "levar esse debate à Comissão de Direitos Humanos. E aí alerto o Presidente [Paulo] Paim (PT-RS) faço parte dessa Comissão", ameaçou o parlamentar, equivocando-se. O atual presidente da comissão onde a partir de agora transita o projeto não é mais o senador Paim e sim Cristovam Buarque (PDT-DF).
No fim do seu discurso o senador Magno Malta comparou a homossexualidade com masoquismo. Novamente o parlamentar afirmou que caso a lei seja aprovada o sexo com os animais também será aprovado e comparou a homossexualidade com a necrofilia, o desejo por mortos.
Desde que foi aprovado e até o fechamento desta matéria, nenhum senador foi à tribuna falar em defesa do PLC 122 e da comunidade LGBT.
Fonte: A capa.
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