Reportagem publicada ontem pelo jornal "Correio Braziliense" contou a história de Jaqueline Jesus, primeira transexual brasiliense a chegar ao doutorado, na UnB.
A matéria de Marcelo Abreu conta que Jaqueline, aprovada em primeiro lugar na seleção para o doutorado, defende no próximo ano sua tese. Também passou para o mestrado em primeiro lugar. Graduou-se pela mesma universidade em psicologia.
Jaqueline é funcionária da UnB cedida ao Ministério do Planejamento. É filha de um sergipano operador de computador e de uma professora mineira de ciências. Tem apenas um irmão, mais novo, que a apresentou à namorada como irmã.
A trans viveu a maior parte de sua vida em Ceilândia, no Setor O. A matéria conta a história de mudança na vida de Jaqueline, desde a infância, quando brincava com bonecas imaginárias até as perseguições homofóbicas pelos colegas de escola, na adolescência.
Neste período ainda acreditava ser um homem gay e era "Jaques". Em 1997, aos 19 anos, entrou para o movimento LGBT e presidiu o Grupo Estruturação.
Em maio deste ano a trans começou seu processo de adequação sexual. Começou a usar hormônios, receitados por uma endocrinologista e a frequentar o grupo de transexuais do Hospital Universitário de Brasília. Ainda não sabe se pretende fazer a cirurgia de transgenitalização.
"Meu órgão genital não me causa repugnância. Operar é uma decisão que requer análise e maturidade. E nenhuma dúvida", declarou ao jornal.
Hoje, Jaqueline luta na Justiça para mudar em seus documentos seu nome de registro e sexo. "Juntarei os laudos médicos e darei para o meu advogado. O que fiz foi ajustar o meu corpo à minha identidade social", explica.
Sobre os sonhos para o futuro, Jaqueline diz que quer terminar seu doutorado, viver com seu companheiro e "lutar por todas as causas sociais e contra quaisquer formas de discriminação". "É isso que sonhei a vida toda. Minha luta não será em vão", conclui.
Fonte: Correiobraziliense
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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