Contos infantis discursam sobre a diversidade sexual ao oferecer personagens gays.
Lidar com a diversidade sexual, sob o ponto de vista da orientação sexual, é matéria obrigatória na sala de aula. Segundo os PCN – parâmetros curriculares nacionais – os professores do ensino fundamental em conjunto com a administração escolar devem abordar o tema de acordo com referenciais necessários para a abordagem em sala de aula.
O tema ainda é um tabu, vez que esta prática é claramente tímida dentro da sala de aula. Ainda percebemos um corpo docente deficitário – e por que não afirmar preconceituoso – para tratar deste assunto. Na prática as orientações rodeiam assuntos como sexo, gestação e AIDS.
Infelizmente não existe ainda uma política centralizadora desses assuntos. Nossa escola ainda necessita de uma atitude menos conservadora e mais aprofundada nesses assuntos.
Faz necessário entender a orientação sexual como algo inerente à vida e à saúde, que se expressa desde cedo no ser humano.
Dois livros de contos infantis chamaram minha atenção para o fato de tratar a homossexualidade sob dois temas diferentes: a fantasia e a biologia. Em King and King, das escritoras Linda de Haan e Stern Nijlan, abordam, num livro de conto de fadas, a história de um príncipe que se apaixona por outro príncipe. A cena final, e mais polêmica, é o desenho dos dois príncipes se beijando sendo adornados por um grande coração vermelho. Por outro lado, em Tango Makes Three, de Peter Parnell e Justin Richardson, a temática da homossexualidade é abordada na vida de dois pinguins machos. Esta história é baseada em fatos reais dos dois pinguins que vivem num zoológico de Nova York. Eles fazem tudo juntos: brincam, nadam, namoram, mas desejam imensamente ter um filhotinho. Com a ajuda do tratador do zoológico eles chocam um ovo abandonado e finalmente, têm um filhotinho.
Ambas as histórias retratam a desconstrução dos parâmetros a que nossa sociedade é fundamentada: um alicerce estático. A sociedade é dinâmica e plural. Ela pode normalmente conviver, respeitosamente, com todos os tipos de orientação sexual. Esses livros abordam assuntos que são tratados de forma estereotipada, mas que representam a perfeita harmonia dos seres vivos. O interessante é observar que os assuntos são abordados de forma espontânea. Contasta-se, portanto, que a questão é mais cultural do que qualquer outra perspectiva.
Sobre esse assunto existe pouca literatura. Mas o professor Luiz Paulo da Moita Lopes, em seu livro Identidades Fragmentárias, possibilita estudar a questão da diversidade sexual por resultados práticos em sala de atual. E apoiado em extensa pesquisa neste autor e outros, desenvolvi uma Monografia de finalização do Curso de Letras Português – que virou livro-, abordando a análise do discurso embutido nessa Literatura Infantil Gay.
Fonte: Do lado.
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
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